Editorial #284: A quebra de confiança na democracia
Se o pico maior da confiança na democracia coincide com o período da queda do muro de Berlim e do desmembramento da União Soviética, os valores da insatisfação sobem a partir da crise económica de 2008, da crise dos refugiados e migrantes na Europa, em 2015, e das eleições na Inglaterra, EUA e Brasil, entre outros países.
No final de janeiro, foi publicado um estudo do Centro para o Futuro da Democracia, da Universidade de Cambridge, sobre o grau de satisfação da população sobre a democracia.
O relatório partiu de um estudo que alcançou mais de 4 milhões de pessoas, numa combinação de 25 projetos internacionais, abrangendo 154 países, desenvolvido principalmente entre os anos de 1995 e 2020. Os responsáveis afirmam que o ano de 2019 "representa o mais alto nível de descontentamento democrático já registado", tendo a percentagem de indivíduos que se dizem "insatisfeitos" com a democracia passado de 47,9%, nos meados dos anos 90, para 57,5%, na atualidade. Curiosamente, a percentagem desse descontentamento é maior nos países ditos “desenvolvidos”.
Se o pico maior da confiança na democracia coincide com o período da queda do muro de Berlim e do desmembramento da União Soviética (mais países adotaram o sistema democrático e o sentimento era de otimismo), os valores da insatisfação sobem a partir da crise económica de 2008, da crise dos refugiados e migrantes na Europa, em 2015, e das eleições na Inglaterra, EUA e Brasil, entre outros países.
Os autores referem que as populações mais satisfeitas com a democracia são aquelas que vivem numa sociedade em que as instituições são transparentes e livres de corrupção.
Os valores mais elevados de insatisfação surgem em países onde os governos eleitos democraticamente não foram capazes de ter sucesso na abordagem de alguns dos principais desafios da nossa época, incluindo a coordenação económica na zona do euro, a gestão de fluxos de refugiados e a ausência de uma resposta credível à ameaça das mudanças climáticas globais, bem como o deixar de acreditar no funcionamento das instituições.
Portugal, que nesse relatório ainda surge no grupo dos que acreditam na democracia, tem vindo a registar uma quebra. Se olharmos para as razões acima descritas, será lógica a conclusão que se pode tirar pelo facto de o número de insatisfeitos estar a aumentar.
O estudo conclui que, se queremos mudar este estado de coisas ou restaurar a legitimidade democrática, tudo começará pela mudança de práticas dessas instituições.
↑ SOBE Renovação de mandatos
Finalmente, a vila parece que vai resolver o seu problema da falta de uma casa mortuária. A Fábrica da Igreja tem um projeto que pretende implementar na Igreja Velha, com a construção de duas novas salas.
Muitos já passaram pela dolorosa perda dos seus entes queridos e sabem por experiência própria que tudo se agrava nessas alturas. A vila das Taipas, não tendo um espaço adequado para o desenrolar do velório, agravava os problemas das pessoas, já mais sensíveis pelas circunstâncias.
Com a construção de uma casa mortuária, no caso na capela de S. Tomé, dar-se-á resposta a algo que mexe muito com os sentimentos das pessoas.
↓ DESCE Out of time
As questões da literacia jornalística são das mais discutidas e fundamentais na construção da democracia. O facebook é um dos espaços onde a manipulação da informação se faz mais sentir, onde fica visível que cada vez mais as pessoas se ficam pelos títulos das notícias e onde as pessoas são impelidas a colocar “um gosto” na notícia ou na pessoa, caso sejam da nossa relação, independentemente do conteúdo.
Vimos isso mesmo com várias notícias colocadas recentemente no Reflexo. Numa das últimas, a notícia foi publicada em 2018 e acabou por ser recuperada e partilhada por diversos facebook e mesmo por outros jornais.
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