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Editorial 261: Os Verdes Anos

Durante a preparação da candidatura a Capital Verde Europeia, o Rio Ave foi um assunto marginal. Em alguns momentos a Ribeira de Couros chegou a ter um tratamento que relevou para um segundo plano o principal rio de Guimarães.

08 março 2018 > 17:02

Passam este ano 46 anos da realização da primeira cimeira do Ambiente, patrocinada pelas Nações Unidas. Foi necessário quase meio século para que as questões relacionadas com os cuidados a ter com o meio que habitamos entrassem na agenda local.

Em Guimarães, as matérias relacionadas com o Ambiente apenas começaram a entrar nas agendas políticas sensivelmente há duas décadas, mas só muito recentemente, muito pelo papel pedagógico das escolas, temas como a Ecologia e a sustentabilidade ambiental começaram fazer parte do dia a dia de muitas famílias.

Nas Caldas das Taipas muita água passou por baixo das pontes desde que o Sistema Integrado de Despoluição do Vale do Ave (SIDVA) começou a ser implementado, com avultado investimento público. Ainda assim, a despoluição do Rio Ave continua a ser um problema por resolver.

Tem havido uma falta de empatia entre poderes políticos e o rio. É bom que se diga que foi com o primeiro mandato de Constantino Veiga que pela primeira vez um executivo autárquico promoveu iniciativas dando enfoque ao rio. Pena que essas iniciativas tenham sido feitas sem critério e de forma pouco informada, com resultados inversos aos pretendidos.

A sociedade taipense tem muito por fazer nesta matéria. É necessário que a população se vire mais para o rio. Não se percebe que não haja ainda uma Brigada Verde na freguesia, por exemplo. Mais do que defender a Praia Seca, com base numa ideia romântica e muito baseada na nostalgia dos taipenses, seria mais sensato defender o rio como um todo. Caldas das Taipas é a única vila (vila, não freguesia) por onde passa o principal rio do concelho de Guimarães.

Durante a preparação da candidatura a Capital Verde Europeia, o Rio Ave foi um assunto marginal. Em alguns momentos a Ribeira de Couros chegou a ter um tratamento que relevou para um segundo plano o principal rio de Guimarães. A candidatura a Capital Verde Europeia devia ter colocado o Rio Ave como uma das principais batalhas.

A candidatura a Capital Verde Europeia é, em princípio, algo positivo, mas da qual de sabe muito pouco. O nível de envolvimento com a população é confrangedor. A candidatura é do conhecimento público, mas ninguém sabe que reflexos práticos trará esse título à vida das pessoas. Seria importante, para sucesso desde projeto, que ele deixasse de ser tão fechado e que transmitisse uma ideia clara de como a qualidade de vida das pessoas poderá ser melhorada e garantida com um conjunto de medidas em matéria de Ambiente, que vão além de uma calendário que se cumpre sem que se vislumbrem reflexos a longo prazo.

Não podemos esperar mais vinte anos. Daqui a dez poderá ser tarde de mais.

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