Diálogo: o que não é e o que é
Por vezes pensamos que estamos a dialogar ou a defender o diálogo, mas, afinal, não estamos. Vamos tentar esclarecer certas ambiguidades.
Não dialogam:
1. Aqueles que, antes de escutarem bem o que o outro tem para dizer, já estão dispostos a emitir o seu parecer.
2. Aqueles que só querem escutar coisas agradáveis, e se retiram quando as coisas não estão de acordo com as suas ideias.
3. Aqueles que têm resposta para tudo e acreditam que têm sempre toda a razão, porque se sentem infalíveis.
4. Aqueles que são egocêntricos e só olham para si, incapazes de se colocarem no ponto de vista do outro.
5. Aqueles que estão orgulhosamente cheios de teorias pré-fabricadas e têm pouca inteligência prática.
6. Aqueles que são agressivos e, quando algo não lhes agrada aos ouvidos, se irritam e ameaçam.
7. Aqueles que acreditam na lei do mais forte, isto é, consideram que tem mais razão quem tem voz mais forte.
8. Aqueles que preferem ignorar a verdade e viver comodamente instalados nas suas certezas.
9. Aqueles que, quando o outro está a falar, não escutam mas estão a pensar na forma de discordar.
10. Aqueles que não respeitam o outro e facilmente se servem de provocações, falsos testemunhos e insultos.
Dialogam:
1. Aqueles que sabem escutar, embora às vezes se trate de coisas infantis ou de desabafos.
2. Aqueles que respeitam a parte de verdade que está nos outros, ficando reconhecidos pelo que receberam.
3. Aqueles que, no diálogo, sabem distinguir o essencial do secundário, pois nem tudo o que se diz tem a mesma importância.
4. Aqueles que sabem gastar o seu tempo a escutar, e não exigem o fim do diálogo quanto antes.
5. Aqueles que preferem escutar mais e falar menos.
6. Aqueles que, depois de ouvir os outros, estão dispostos a corrigir a sua maneira de ver as pessoas e os acontecimentos.
7. Aqueles que não têm medo da verdade, mesmo que esta os venha desassossegar.
8. Aqueles que aceitam pacificamente que cada qual tenha a sua opinião e a expresse livremente.
9. Aqueles que vêem no outro um irmão, com quem somos chamados a viver em comunhão fraterna.
10. Aqueles que, no final, não falam de vencidos nem de vencedores, porque ambos ganharam.
Aproveito para desejar o todos um bom, santo e feliz Natal e um Ano Novo cheio de saúde, paz, trabalho e amor.
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