Chave-mestra do século XXI
O EU ocupa todo o espaço disponível não deixando nenhuma pequena vaga para o NÓS. E para todas as pequenas situações mais problemáticas há logo a censura, a repreensão e, se um diz “Mata-se!”, o outro riposta de imediato “Esfola-se!” É a lei da selva.
Tolerância, a chave-mestra do século XXI, dizem. Só que penso que se perdeu, que a perderam e, neste momento, ninguém sabe como abrir o armário da vida, onde as gavetas da compreensão, do amor desinteressado, da fraternidade, da solidariedade permanecem hermeticamente trancadas.
O egoísmo, a guerra, a fome, a ganância, a esperteza saloia imperam e ganham com enorme facilidade.
O EU ocupa todo o espaço disponível não deixando nenhuma pequena vaga para o NÓS.
E para todas as pequenas situações mais problemáticas há logo a censura, a repreensão e, se um diz “Mata-se!”, o outro riposta de imediato “Esfola-se!” É a lei da selva.
Tudo é levado a tais extremos que situações caricatas que nos fariam rir noutros tempos, nos fazem explodir como se fossem casos extremamente graves.
O sorriso desapareceu também com a tolerância. Cruzamo-nos na rua com caras fechadas e, mesmo em casa, em família, esquecemo-nos de rir. Cada um isola-se no seu cantinho, com os seus passatempos, as suas maneiras de ocupar o tempo mais ou menos construtivas de um Eu saudável ou mais ou menos disruptivas levando a um Eu depressivo, cismático, fechado, introvertido ou irascível, insatisfeito, revoltado, ansioso.
É tão bom dar uma boa gargalhada! É tão salutar! Mas parece que todos preferem andar de trombas, os rostos sérios, as testas franzidas…
Para onde foi a tolerância?
Tolerar significa também dialogar, saber ouvir os outros, não apenas o eco da própria voz.
Tolerar significa aceitar a imperfeição em si e nos outros, pois ninguém é perfeito.
Tolerar é dar a mão quando alguém tropeça, ajudando sem esperar que peçam.
Tolerar é ser proativo, atuar em função do social, do coletivo, marginalizando, por momentos, o individual.
E, se a procurarmos em cada um de nós, vamos encontra-la, talvez muito maltratada, amarrotada, desorientada, sem saber o que fazer, mas vamos conseguir tornar este mundo num local mais aprazível para se viver e onde a palavra COMUNICAR adquire o seu verdadeiro sentido de partilha, de companheirismo, de camaradagem, onde todos possamos ser felizes.
E podemos começar já a treinar no próximo dia 1 de outubro.
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